A despesa do INSS com o pagamento de benefícios decorrentes com acidentes e doenças do trabalho preocupa o governo. Por mês, a folha dos benefícios acidentários (auxílio doença e auxílio acidente) chega a R$ 4,4 milhões para 463 mil segurados. Desse total, quase 300 mil são vítimas de acidentes.
Para tentar reduzir pela metade esta conta e também proporcionar uma recuperação melhor para o beneficiário, o governo vai modernizar a reabilitação profissional nas principais cidades do país. Em São Paulo, o centro de tratamento para segurados afastados deve ser inaugurado em janeiro do ano que vem.
O objetivo é reunir e integrar todos os serviços e tratamentos oferecidos pelo governo que possam ajudar na reabilitação e, com isso, “devolver” o profissional para o mercado o mais rápido possível. Hoje o acompanhamento é precário e ruim para governo e beneficiário.
“Queremos não apenas aumentar o número de pessoas reabilitadas pelo INSS, mas também realizar medidas que efetivamente aloquem essas pessoas no mercado de trabalho”, explicou Sérgio Antônio Martins Carneiro, diretor de saúde do trabalho do INSS.
Atualmente apenas uma pequena parte dos trabalhadores doentes são incluídos no programa de reabilitação. A espera por uma vaga pode demorar por até seis meses. No novo modelo, todos os segurados afastados serão incluídos automaticamente em algum dos módulos do programa. Durante todo o tempo de tratamento o INSS irá acompanhar a recuperação e, se for necessário, pode ajudar o segurado a mudar de função ou até de atividade.
As duas primeiras cidades do país a terem os novos centros de reabilitação do INSS serão o Rio de Janeiro e Porto Alegre. Em ambas as capitais o programa será implantado no mês que vem e contará com fisioterapeutas. Para os segurados que participam do programa de reabilitação profissional, o governo vai garantir o acesso às vagas de emprego disponíveis no Sine (Sistema Nacional de Emprego), de acordo com a qualificação profissional do trabalhador.
Também estão previstas parcerias com os programas de emprego e de educação profissional mantidos pelos governos estaduais. O novo modelo de reabilitação do INSS é inspirado no sistema alemão, que prevê uma ação rápida e ampla de reabilitação logo após o acidente.
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