terça-feira, 6 de agosto de 2013

Lei Maria da Penha ainda não está totalmente implementada

"A expressão violência contra a mulher designa qualquer ato de violência dirigido contra a mulher que provoca ou é passível de provocar danos físicos, sexuais, psicológicos ou sofrimento, incluindo ameaças desses atos, coerção ou privação arbitrária da liberdade, tanto na vida pública como na vida privada."

Ora, em pleno século 21, a violência contra a mulher continua institucionalizada, em suas diversas formas, pois, apesar dos inúmeros avanços conquistados pelo movimento de mulheres, ainda vivemos em uma sociedade que ensina que os homens “podem” mais que as mulheres, o que dá origem a uma série interminável de abusos característicos de um sistema de dominação patriarcal violento.

Este tipo de pensamento está tão arraigado na sociedade, pulverizado entre raças e classes sociais, nos meios públicos e privados, que as dificuldades para modificar este “status quo” é muito difícil, pois, não se trata apenas de criar mecanismos políticos e jurídicos que possam conter a violência, mas mudar práticas arraigadas dentro das famílias.

 A lei Maria da Penha é claramente um divisor de águas na luta contra a violência, um marco que diferenciou os crimes contra a mulher dos crimes de violência em geral, além de apontar medidas de proteção e amparo para as vítimas.

Embora a quantidade de denúncias ainda esteja bem longe da realidade, aos poucos, a lei vai se aperfeiçoando e incentivando mulheres corajosas a utilizar este instrumento para se libertar da situação de violência em que se encontram.


É um caminho lento e as mulheres que já conquistaram consciência política social não podem desanimar. É necessário que a luta em defesa e para a implementação completa da Lei continue, para que esta deixe de ser um enunciado de “boas intenções” e passe a ser efetivamente um mecanismo capaz de amparar e proteger as mulheres violentadas, criando uma chance efetiva de sairmos deste estado patriarcal para um estado de igualdade entre os gêneros.
Maria Aparecida Feliciani

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