Além do caráter solidário, o ato de doar sangue requer muita responsabilidade. A veracidade das informações passadas na triagem feita antes da coleta é decisiva para que vidas sejam de fato salvas nos leitos hospitalares.
Isto porque não existe transfusão de sangue 100% segura. O que há de mais avançado para aferir a sorologia – ou seja, o nível de infecção – do sangue colhido nos hemonúcleos de qualquer parte do mundo é o teste de ácido nucléico NAT.
Com esse exame, a janela imunológica (tempo em que o vírus permanece indetectável por teste) cai de 22 para dez dias, no caso do vírus transmissor da Aids (HIV); e de 35 para 12 dias para a hepatite C.
Apesar de não ser obrigatório no país, o teste NAT é realizado em amostras do material colhido em alguns bancos de sangue brasileiros.
Devido a impossibilidade de garantir a segurança em 100% do sangue para transfusão, os doadores passam por um rígido processo de triagem. Após preencher um cadastro, o candidato a doador é entrevistado por biomédicos, para identificar comportamentos que indiquem riscos de que o material a ser coletado esteja infectado por algum tipo de vírus.
São excluídos os candidatos com comportamento sexual de risco. Quem já teve malária, hepatites, doença de Chagas, câncer e hanseníase nunca poderá doar sangue. O mesmo ocorre para o doente com Aids e também os diabéticos com complicação vasculares.
Há ainda outras indicações para ser um doador de sangue. É muito importante que o candidato fale somente a verdade na entrevista, além de evitar que o sangue seja desperdiçado, caso haja identificação de alguma contaminação, há o risco da janela imunológica.
Janela
Pode demorar meses para uma pessoa infectada pelos vírus HIV e HCV (hepatite C) desenvolver anticorpos das doenças. O NAT só detecta a presença de anticorpos nas janelas de dez e 12 dias para, respectivamente, Aids e hepatite C. Se o NAT for feito em uma janela inferior, a detecção de ambos os vírus não será possível.
Exclusão
Como a entrevista aborda aspectos íntimos dos candidatos, há o voto de exclusão para quem não se sentir à vontade de atestar um comportamento de risco, por exemplo.
Depois da coleta, o doador deposita em uma urna o voto de exclusão. Isso indica que alguma informação passada na entrevista não é verdadeira. Tanto o voto de exclusão quanto tudo o que é informado na triagem é mantido em sigilo, inclusive os resultados negativos dos materiais rejeitados pelo NAT.
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