quinta-feira, 15 de junho de 2006

Propinoduto

Uma sucessão de equívocos vem marcando a ação do comando petista na crise do propinoduto, montado para perpetuar o Partido dos Trabalhadores no poder! Uma bela e complexa maracutaia engendrada pelos neopoderosos de plantão. Este PT inimaginável passou como um trator sobre tudo aquilo que outrora o definia; começou pela ética e renegou seu passado em muitas outras áreas também.

Acuado e perdido no meio da pesada crise que gerou, o PT tira do governo a competência que demonstrou durante anos de oposição, decretando sua falência e um grave problema para país que fica em estado de espera.

Mas, é justamente isso que diferencia este escândalo de outros tantos que cobrem as páginas dos jornais e o tempo dos telejornais. Até então, os jogos de corrupção visavam tão somente enriquecer, sem muito esforço, os detentores do poder e da economia, levando na onda os parentes e amigos, enquanto para os inimigos bastava invocar a Lei.

A corrupção tem sido endêmica no nosso país desde sua “inauguração”, mas este jogo que vemos agora é outro e seu objetivo seria o de manter no poder o partido que levou 25 anos para chegar ao Planalto. Um golpe silencioso!

O golpe foi exposto, mas o perigo não passou. Agora que o partido que se forjou em duas décadas de oposição sistemática foi testado e revelou-se igual aos demais, as opções para os brasileiros comuns parecem esgotadas. Por isso o grande perigo que corremos é a instalação da descrença generalizada com a política, o que pode conduzir a população, no próximo pleito, a deixar-se seduzir por qualquer esperto aventureiro populista disponível no mercado.

Para evitar outra tragédia eleitoral como a de 1990 é imperioso que não nos deixemos vencer pela falta de confiança, assumindo uma atitude passiva, consolidando a idéia de que todos os políticos são iguais e que nada podemos fazer.

Podemos sim, dispomos de meios para falar, opinar, tecnologias digitais que podem formatar métodos interativos de gestão, maior acesso às informações e até decisões. Podemos conversar com amigos, parentes, estimulando a discussão de idéias e fazendo propostas dentro de ONGs. Podemos e devemos analisar os candidatos nas próximas eleições e tentar escolher aqueles que nos pareçam decentes e comprometidos com a sociedade.

Sabemos que precisaremos de tempo para depurar os quadros políticos, os gestores públicos e escolher com sabedoria o governo, que deve ser exercido de forma transitória e não permanente como desejava o PT. Permanente deve ser o Estado, gerenciado por técnicos a serviço da sociedade. Podemos e vamos alcançar este objetivo.

A Diretoria

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