Fonte: Ag Brasil
Foto: Fernando Frazão
A Terra corre o risco de cair em um estado estufa irreversível devido ao aquecimento global, o que tornaria inabitáveis vários lugares, alertou nesta terça-feira (7) estudo internacional.
Pesquisa liderada por Will SteÙen, da Universidade Nacional da Austrália (ANU, a sigla em inglês), adverte que a situação pode resultar em temperaturas a meio-cinco graus acima da era pré-industrial e que o aumento do nível do mar suba a longo prazo entre 10 e 60 metros. Atualmente, a temperatura média global é pouco mais de um grau superior ao da era pré-industrial e aumenta 0,17 graus a cada década SteÙen observou que se as temperaturas aumentassem dois graus devido às atividades humanas, os processos seriam ativados no sistema da Terra, chamados de retroalimentação, o que poderia desencadear maior aquecimento, mesmo se os gases de efeito estufa não fossem mais emitidos.
Esses elementos de retroalimentação incluem descongelamento do pergelissolo (solo permanentemente congelado), a perda de metano hidratado das águas marinhas, o enfraquecimento de carbono em terra e no mar e o aumento da respiração bacteriana nos oceanos.
Também incluem a morte regressiva da Ûoresta amazônica e da Ûoresta boreal, a redução da camada de neve no Hemisfério Norte, a perda de gelo marinho no verão ártico, assim como a redução do gelo marinho antártico e as camadas de gelo polar.
"A verdadeira preocupação é que esses elementos críticos possam agir como uma Úleira de dominós. Uma vez que é empurrado, ela empurra a Terra para outro. Pode ser muito difícil ou impossível deter toda a Úleira de dominós", disse SteÙen, em comunicado da ANU. Os pesquisadores consideram que a ativação em cadeia desses retroalimentadores poderia liberar incontrolavelmente o carbono que foi armazenado anteriormente na Terra.
"É improvável que os esforços atuais, que não são suÚcientes para cumprir os objetivos do Acordo de Paris, ajudem a evitar essa situação perigosa, na qual muitas partes do planeta poderiam se transformar em inabitáveis para os humanos", advertiu SteÙen.
O Acordo de Paris, assinado em 2015 por cerca de 200 países, procura manter o aumento da temperatura média mundial abaixo de 2°C em relação ao nível pré-industrial, e continuar os esforços para limitar esse aumento em 1,5 graus.
No estudo, SteÙen pediu rapidez na transição para uma economia global verde. O trabalho, publicado na revista cientíÚca PNAS, envolve cientistas da Suíça, Dinamarca, do Reino Unido, da Bélgica, dos Estados Unidos, da Alemanha e Holanda.
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