O brasileiro que adquiriu no ano passado alimentos e produtos de higiene e limpeza nos grandes supermercados conseguiu economizar alguns trocados em relação ao consumidor que optou pela comodidade e foi às compras nos pequenos mercadinhos de vizinhança.
Uma pesquisa feita pela consultoria internacional GFK em 741 mercadinhos de vizinhança e 324 lojas de supermercados localizadas nas mesmas cidades, em cinco regiões do País, mostra que em 2015 os preços subiram nos dois tipos de estabelecimentos, mas num ritmo menor nas grandes lojas.
Para uma cesta de 35 categorias, entre alimentos, bebidas e itens de higiene e limpeza, só de marcas líderes e do mesmo produto identificado pelo código de barras, os preços nas lojas com mais de dez caixas registradoras subiram 8,9% em 2015 ante 2014. No mesmo período, a alta do valor médio dessa mesma cesta nos mercadinhos foi de 9,1%.
O estudo mostra diferenças significativas de reajustes de preços quando se compara as grandes com as pequenas lojas. Um exemplo que chama a atenção é o arroz, que subiu 3,9%, em média, nos mercadinhos em 2015 em relação a 2014, enquanto nas grandes lojas houve um recuo de 1,9% no mesmo período. A história se repete – não no terreno deflacionário – com outros produtos. O preço do biscoito Cream Cracker, por exemplo, foi majorado em 14,2% no pequeno varejo em 2015 e no grande subiu 4,4%. O desinfetante teve alta de 17,5% nos mercadinhos e subiu 9,4% nos grandes supermercados.
Deflação
A pesquisa mostra que, dos 35 itens aferidos, em 18 os preços subiram mais no pequeno varejo em relação às grandes lojas. Também nos grandes estabelecimentos houve um número maior de produtos com deflação: quatro nos supermercados em 2015, ante dois em mercadinhos (farinha de mandioca e margarina).
Segundo Lima, o grande varejo conseguiu segurar um pouco mais o repasse da inflação porque negociou grandes volumes com os fornecedores. Já o pequeno varejo, que compra quantidades menores, perdeu a competitividade.
“Hoje, o consumidor está sem dinheiro e vai nos grandes supermercados em busca de oferta, porque os pequenos têm dificuldade para competir em preço”, diz Álvaro Furtado, presidente do Sincovaga. O sindicato reúne 45 mil estabelecimentos comerciais que vendem alimentos e itens de higiene e limpeza no Estado de São Paulo. Destes, 36 mil têm até três caixas registradoras.
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