Fonte: Fecomerciários c/informações Uol
O começo do ano é conhecido pelo impacto negativo que costuma causar no orçamento. Vários compromissos financeiros, como impostos sobre carros e imóveis (IPVA e IPTU) começam a ser pagos em janeiro.
A forma como será feito o pagamento (parcelado ou à vista) é uma escolha que depende da atual situação financeira de cada consumidor. Veja, abaixo, as dicas de especialistas consultados pelo Uol.
Tenho dinheiro aplicado. É melhor tirar o dinheiro da aplicação e pagar as contas à vista ou manter o investimento e parcelar os gastos?
Em São Paulo, quem pagar o IPVA à vista ganha um desconto de 3%. Um imposto de R$ 1.000, por exemplo, sai a R$ 970.
A outra opção é fazer o parcelamento em até três vezes. Ao abrir mão do desconto, o consumidor acaba pagando uma taxa de juros embutida de 3,13% ao mês, diz Samy Dana, economista e professor da FGV.
As regras do IPTU da capital paulista ainda não foram divulgadas, mas, se ficarem iguais às de 2014, será possível pagar à vista com desconto de 4% ou parcelar em até dez vezes. Ao optar pelo parcelamento, o consumidor paga, embutida, uma taxa de 0,92% ao mês para a prefeitura.
Essas taxas mensais (3,13% e 0,92%) precisam ser comparadas com o ganho que o consumidor tem com suas aplicações, diz Dana.
Segundo ele, esses juros são mais altos do que aqueles que têm sido pagos em aplicações como poupança (cerca de 0,6% ao mês) e CDB (0,7% mensal). Então, é melhor tirar o dinheiro da aplicação e quitar as dívidas à vista.
"Quem paga à vista também evita o risco de se esquecer da dívida e ter de pagar multa pelo atraso", diz Marcos Crivelaro, professor da Fiap. "Até fevereiro, muita gente está viajando e não é difícil esquecer o pagamento."
Não tenho dinheiro guardado para pagar as contas à vista. É melhor optar pelo parcelamento oferecido pelo governo ou pelo financiamento oferecido pelos bancos?
A maioria dos bancos oferece, no começo do ano, linhas de crédito para pagamento de contas. O consumidor tem a opção de pegar o empréstimo, quitar todas as contas à vista e ficar devendo para o banco.
Antes de se decidir, ele precisa comparar os juros do banco com aqueles cobrados pelos governos. As taxas de juros dos bancos para essas linhas costumam ficar entre 2,5% e 3,5% ao mês.
É mais do que a taxa embutida no parcelamento do IPTU em São Paulo (0,92%), por exemplo. Então, nesse caso, compensa mais pagar os juros para a prefeitura.
No caso do IPVA, como os juros embutidos são de 3,13% ao mês, pode ser que o consumidor consiga uma condição melhor no banco.
Isso pode ser possível para quem tem acesso a crédito consignado. Agostinho Celso Pascalicchio, professor de economia da Universidade Mackenzie, diz que a taxa média do consignado, atualmente, é de 1,5% ao mês.
Não tenho dinheiro guardado e já estou endividado. O que fazer para pagar essas contas?
Esse é o pior dos quadros, mas talvez o mais comum, porque muita gente gasta além da conta no fim do ano. A saída é procurar uma linha de crédito com juros mais baixos, como o crédito consignado.
Pascalicchio, da Universidade Mackenzie, sugere que o consumidor use o consignado para pagar não só novas dívidas, mas também as que se acumularam nos últimos meses. É a tática de trocar taxas maiores por taxas menores.
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