segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Saiba quais são os procedimentos para se obter auxílio-doença do INSS

Diário do Litoral/Francisco Aloise
Existe uma verdadeira “guerra invisível” entre segurados do INSS e os peritos previdenciários, onde as armas são: laudos, relatórios médicos e avaliações. É que muitos trabalhadores, principalmente os autônomos ou contribuintes individuais, estão com dificuldades em obter o auxílio do INSS, pois mesmo levando relatórios e exames médicos comprovando a doença, recebem alta médica, ou não são considerados incapazes após avaliação pelo setor de perícias, e com isso acabam recorrendo à justiça. 

O Diário do Litoral traz, através de levantamentos feitos junto à Previdência Social, informações para segurados, e o que é necessário para se fazer a perícia médica, bem como as doenças que dão afastamento. 

Compete ao segurado comprovar a doença que o impede de trabalhar. Para isso, o relatório médico deve ser bastante detalhado, pois acaba sendo o documento mais importante na concessão do benefício por incapacidade, superando até mesmo os laudos de exames que atestam as doenças dos segurados. 

Os trabalhadores doentes e incapacitados para o trabalho, que procuram o INSS para pedirem afastamento por auxílio-doença, devem levar em sua perícia médica uma farta documentação que ateste sua incapacidade. Entretanto, o relatório do seu médico, que está recomendando o afastamento, deve ser bastante esclarecedor. Para o INSS, o segurado é responsável por comprovar que não tem condições de trabalho, pois em caso de dúvida, o perito do INSS não vai conceder o benefício.

Se o auxílio for rejeitado, o segurado pode entrar com pedido de reconsideração, sendo conduzido para nova perícia médica, ou então, recorrer direto à Justiça, e nesse caso, terá que anexar os laudos dos exames e o relatório médico. 

Perito não é obrigado a examinar os exames
  
Pelo Manual de Perícia Médica do INSS, que é um guia que orienta o trabalho dos peritos do instituto, os médicos não devem pedir exames para comprovar a doença dos segurados e sua incapacidade profissional. 

O INSS considera que é da responsabilidade do segurado comprovar que não pode trabalhar. Segundo o Ministério da Previdência Social, além do relatório e exames médicos, o segurado pode levar cópias dos prontuários, caso tenha ficado internado em clínicas médicas e hospitais, anexando também atestados e receitas de remédios.


Compete, entretanto, ao perito avaliar o segurado, afastando-o ou não da sua atividade, bem como conceder- lhe, se for o caso, a aposentadoria por invalidez. 

As doenças que mais dão benefícios
  
1- Dores nas costas e problemas de coluna.
São comprovadas por Raio-X e Ressonância Magnética, sendo o segundo, considerado o mais completo pelos médicos. 

2- Fraturas diversas de membros superiores ou inferiores (perna, braço, tornozelo, pé).
São causas de afastamentos mais fáceis de serem comprovadas através de Raio- X e também fraturas. 

3- Lesões do ombro. Geralmente são causadas por esforço repetitivo no trabalho.
Os exames comprobatórios são: ultrassom e ressonância magnética. 

4- Tumores benignos do útero.
É mais comum em mulheres adultas e são comprovados por ultrassonografia e histeroscopia 

5- Varizes dos membros inferiores.
São provocadas por dilatação das veias das pernas e pés e dependem de vários fatores, entre eles o hereditário, obesidade e tabagismo. Os exames comprobatórios são ultrassonografia e Eco-doppler. 

6- Tenossinovite.
Inflamação dos tecidos das articulações e dos tendões, provocadas por esforço repetitivo, geralmente por digitação. São comprovados por exames de ultrassonografia ou ressonância magnética.

7- Síndrome do túnel do carpo.
É causado pela compressão dos nervos devido também a esforço repetitivo. O exame mais eficaz para comprovar a doença é a eletroneuromiografia.

8- Luxação, entorse dos ligamentos do tornozelo e pé.
São mais comuns na prática de atividades físicas. Os exames que comprovam são: Raio- X, ultrassonografia e Ressonância Magnética.

9- Transtorno depressivo e ou mental por uso de álcool, drogas e substância tóxicas.
São doenças de difícil diagnóstico. Depende de relatório do psiquiatra, de exames de urina, endoscopia, hemograma, entre outros. 

10- Câncer de mama.
São comprovados através de relatório do exame de toque, mamografia e biópsia. 

11- Hipertensão arterial.
É importante o relatório médico detalhado e ainda o exame de Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) 

12- Hemorragia no início da gravidez.
Exames- Ultrassonografia e laudo médico do exame de genital. 

13- Transtorno de ansiedade.
Este é outro caso considerado de difícil diagnóstico. É necessário exame clínico com histórico detalhado de episódios de crise. 

14- Transtornos dos joelhos.
Problemas causados pela obesidade ou prática de exercícios sem acompanhamento médico. A comprovação é através de testes clínicos e da ressonância magnética 

15- Apendicite aguda ou inflamação do apêndice.
São comprovados por exames de sangue e urina e Raio-X.

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