Jornal de Jundiaí/Carlos Esteves |
A onda
massiva de protestos que se espalhou pelo país é a maior dos últimos 30 anos.
Mais de 200 mil pessoas foram às ruas em 12 capitais brasileiras na
segunda-feira, 17 de junho de 2013. Foram 100 mil no Rio de Janeiro; 65 mil em
São Paulo; 10 mil em Brasília além de multidões em Porto Alegre, Belo Horizonte,
Salvador, Vitória, Curitiba, Maceió, Fortaleza, Belém e diversas outras cidades
do país.
O protesto atingiu dimensões internacionais e muitos brasileiros que
moram no exterior se organizaram através das redes sociais para convocar
manifestações nos próximos dias em pelo menos 28 cidades das Américas e da
Europa, como por exemplo Dublin, Chicago, Los Angeles, Boston, Montreal, Nova
York, Berlin. Na quinta-feira, 20 de junho, o número de pessoas nas ruas, chegou
a 1,2 milhão, em mais de 100 cidades brasileiras.
A data
entra para a história deixando um rastro de interrogações e pouquíssimas
respostas. A lista de reivindicações é ampla e eclética: mais investimentos na
saúde, mais dinheiro na educação, transporte público barato, fim da corrupção,
rejeição do projeto de emenda constitucional que retira poderes de investigação
do Ministério Público, questões localizadas.
As
passeatas foram organizadas espontaneamente, sobretudo por meio da internet, e
rejeitaram a tutela de qualquer grupo político. A violência policial praticada
nos primeiros dias de protestos foi suprimida e a grande maioria das pessoas
queria apenas manifestar-se em paz, tentando preservar a ordem durante a
caminhada. Entretanto, isto é utopia e alguns grupos delinquentes aproveitaram a
oportunidade para despejar sua revolta ocasionando conflitos, vandalismo e
policiais feridos. Apesar do preço pago, as manifestações foram legítimas e de
direito em uma democracia.
E,
isto espantou nossos políticos que muito falam em democracia, mas que pouco a
exercem. Muitos não gostaram de se reconhecer como alvo dos manifestantes. No
geral, prefeitos e governadores mantiveram-se distantes dos protestos. A
presidenta Dilma, entretanto, afirmou que, na terça-feira, 18 de junho, “o
Brasil acordou mais forte e a grandeza da manifestação comprovou a energia da
democracia, a força da voz da rua e o civismo da população”. A presidenta
vinculou as demandas dos manifestantes ao surgimento de “cidadãos que querem
mais”, formados através das políticas sociais brasileiras. Disse ainda que
governo está ouvindo essas vozes pela mudança e que o governo está empenhado e
comprometido com a transformação social. Mas palavras só não bastam, é preciso ação.
O povo
brasileiro está nas ruas e sua demanda pode ser assim resumida: queremos um
estado honesto que nos dê oportunidades para produzir e crescer, segurança nas
ruas e uma sociedade que respeite seus cidadãos. Queremos justiça social!
A
Diretoria
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