A queda da fecundidade, o maior nível de escolaridade da mulher e a maior demanda por trabalhadores em tempos de aquecimento da economia fizeram crescer em 24% a inserção das mulheres no mercado de 2000 a 2010, segundo dados do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, divulgados em 19/12.
Ainda assim, há uma divisão clara de atividades que são prioritariamente masculinas e outras femininas. Segundo dados do Censo, as mulheres permanecem mais presentes em atividades tipicamente consideradas como ocupações femininas, ligadas à educação e aos cuidados pessoais. Elas representavam 92,7% do total de trabalhadores domésticos, 74,2% dos empregados da área de saúde e serviço social e 75,8% dos de educação.
No ramo de alojamento e alimentação (hotéis e restaurantes), as mulheres também eram maioria: 54,9%. Uma das poucas atividades com remuneração mais elevada na qual as mulheres tinham presença majoritária era o setor financeiro: 50,3%.
No comércio, elas eram 41,7% do total de empregados. Já na indústria de transformação, as mulheres representavam pouco mais de um terço (35,1%). As áreas com menor presença masculina eram construção civil (3,5%), transporte, armazenagem e correio (9,7%) e indústria extrativa (11,6%).
Para Vandeli Guerra, técnica do IBGE, as mulheres concentram-se mais em atividades consideradas tipicamente femininas, apesar do aumento da presença da mulher no mercado de trabalho.
Na visão dela, o aumento da força de trabalho feminina decorre de "um conjunto de fatores", como a redução do número de filhos por mulher, a necessidade de empresas contratarem mais pessoas – e a grande maioria dos homens já estarem ocupados – e o fato de as mulheres terem uma escolaridade maior.
De todas as mulheres com mais de dez anos (36,5 milhões), 43,9% estavam empregadas em 2010, percentual superior aos 35,4% do censo anterior, de 2000. Nesse intervalo (2000 a 2010), o percentual de homens com mais de dez anos ocupados subiu de 61,1% para 63,3%, chegando a 49,8 milhões de pessoas em 2010. O crescimento do contingente masculino no mercado de trabalho foi de 3,5%, bem menor do que o aumento de 24% das mulheres.
Fonte: Folha.com/Fecomerciários
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