Jornal a Tribuna 5/2/12
As empresas paulistas do setor de serviços terão maior participação relativa no total de micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado até 2020, aponta pesquisa do Sebrae-SP.
Segundo o estudo,essa mudança na composição setorial é atribuída a fatores como o aumento da renda populacional, que cria novas oportunidades para atividades do setor, como educação,saúde e lazer.
"A terceirização de mão de obra pelas grandes empresas também gera oportunidades de negócios que podem ser aproveitadas pelas MPEs", explica Pedro Gonçalves, consultor do Sebrae.
Atualmente, a participação do setor de serviços está em 40% do total de MPEs, ou 770 mil estabelecimentos. Comércio ainda lidera, com 48% do total (880 mil), e as indústrias vêm em terceiro, com 12% (220 mil em números absolutos).
Em 2020, a expectativa é que haja 800 mil MPEs a mais no Estado, resultado das taxas de crescimento de 2,8% ao ano para a indústria, 1,4% para o comércio e 6% para as empresas do setor de serviços. O setor de serviços deverá ultrapassar o comércio, em número de MPEs, pela primeira vez em 2015.
Atualmente, as atividades de alimentação, compostas principalmente por lanchonetes, bares e restaurantes representam a atividade com maior número de empresas de pequeno porte no setor: 19,4% do total, com taxa de crescimento anual de 3,3%. São mais de 140mil estabelecimentos no Estado, com 260 mil empregos e R$ 2,7 bilhões em pagamentos de salários.
A tendência é que a liderança desta atividade se mantenha, o que abre oportunidades para os empreendedores. "A população continuará investindo cada vez mais na alimentação fora de casa, pela comodidade, praticidade e agilidade",destaca Gonçalves.
Em seguida no ranking do setor estão os serviços de escritório e apoio administrativo, representados, principalmente, pelas empresas fornecedoras de serviços, em virtude da forte tendência de terceirização vivida pelo mercado: são 11,5% de participação no número de MPEs, com 6,7% de crescimento médio anual.
Em terceiro lugar está a atividade de transporte terrestre de carga, com 9,2% de participação no número de MPEs e 4,8% de crescimento médio anual. A expectativa do Sebrae-SP é que a expansão do segmento de serviços contribua para um forte crescimento no número de MPEs no Estado. "As tendências de crescimento das empresas levam à projeção de que até 2020 o número de micro e pequenas empresas no Estado de São Paulo deverá crescer de 1,8 milhão para 2,6 milhões", afirma o diretor-superintendente do SebraeSP, Bruno Caetano. "O ritmo moderado de expansão da economia, o grande número de pessoas em idade de trabalhar e empreender, a desburocratização e as políticas em favor do empreendedorismo contribuem para esse cenário",completao diretor.
COMÉRCIO
O comércio, com atualmente 48% das MPEs no mercado, apresenta a tendência de reduzir sua participação em 9 pontos percentuais até 2020, mantidas as taxas de crescimento observadas nos últimos anos.
Entre as atividades com maior representatividade, o varejo de vestuário é o líder, com quase 10% da participação total de MPEs (87 mil MPEs) e taxa de crescimento médio anual de 4,9% no número de estabelecimentos.
A atividade é responsável por mais de 145 mil empregos formais e R$ 1,9 bilhão em pagamento de salários. Varejo de materiais de construção é o segundo colocado, com 6,5% de participação (57 mil MPEs) e 3,1% de crescimento médio anual. Em terceiro lugar está o comércio de autopeças, com 5,8% de participação e taxa de crescimento de 3,4%.
O crescimento da renda da população e os investimentos em habitação observados últimos anos contribuem para o crescimento expressivo no número de MPEs da atividade.
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