Nos últimos 32 anos temos comemorado em 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra, uma data para nos lembrarmos da intensa luta travada pelos negros, em busca da liberdade e plena cidadania, no Brasil. Durante muitos anos temos nos perguntado: somos racistas ou não? Esta questão vem gerando uma discussão que se arrasta desde a chegada do primeiro negro escravo. Muito já foi teorizado por grupos divididos entre os que vêem uma democracia racial no Brasil e os que acusam o país de ainda estar longe de oferecer aos negros direitos iguais aos dos brancos.
Passado mais de um século da abolição, a democracia racial não passa de um mito confirmado nas estatísticas (muitas delas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE): a maioria dos desempregados são negros; o mercado de trabalho é ocupado estrita e massivamente por brancos; também são os brancos que têm mais possibilidades de acesso às universidades.
Os negros continuam enfrentando uma pesada carga: 350 anos de escravismo, enorme preconceito contra sua raça, não reconhecimento deste preconceito. Em um país onde o desemprego faz parte do cotidiano das pessoas e as relações entre o Estado e as camadas sociais mais pobres não são satisfatórias, a crise racial mantém um vínculo direto com a miséria e o descaso.
Assim, hoje, pouco menos da metade dos brasileiros são negros ou pardos, mas, entre os pobres, os negros somam mais de 60%. Além disso, quanto mais pobres, mais negros são os brasileiros. No grupo dos mais pobres, oito em cada dez são negros. No outro extremo da pirâmide, a situação se inverte: apenas um negro a cada dez integra a faixa dos mais ricos. Detalhe: negros ricos são menos ricos do que os brancos ricos.
Enquanto os negros tentam organizar-se para defender seus direitos de cidadão, os brancos, começam a perceber que o racismo não faz mal apenas a negros e negras, mas também a toda a sociedade.
É oportuno lembrar que o Estado Brasileiro comprometeu-se a empregar os esforços necessários para reduzir o abismo social causado pela discriminação racial histórica no país, em cumprimento aos tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil é signatário e que incluem ações afirmativas como instrumento de ação legítima contra a chaga do racismo. Precisamos descobrir caminhos para colocar em prática um projeto modernizador e democrático para o Brasil que inclua brancos, negros e miscigenados. Enquanto isso não ocorrer, somos racistas, sim e o 20 de novembro está aí para nos lembrar disso.
A Diretoria
Passado mais de um século da abolição, a democracia racial não passa de um mito confirmado nas estatísticas (muitas delas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE): a maioria dos desempregados são negros; o mercado de trabalho é ocupado estrita e massivamente por brancos; também são os brancos que têm mais possibilidades de acesso às universidades.
Os negros continuam enfrentando uma pesada carga: 350 anos de escravismo, enorme preconceito contra sua raça, não reconhecimento deste preconceito. Em um país onde o desemprego faz parte do cotidiano das pessoas e as relações entre o Estado e as camadas sociais mais pobres não são satisfatórias, a crise racial mantém um vínculo direto com a miséria e o descaso.
Assim, hoje, pouco menos da metade dos brasileiros são negros ou pardos, mas, entre os pobres, os negros somam mais de 60%. Além disso, quanto mais pobres, mais negros são os brasileiros. No grupo dos mais pobres, oito em cada dez são negros. No outro extremo da pirâmide, a situação se inverte: apenas um negro a cada dez integra a faixa dos mais ricos. Detalhe: negros ricos são menos ricos do que os brancos ricos.
Enquanto os negros tentam organizar-se para defender seus direitos de cidadão, os brancos, começam a perceber que o racismo não faz mal apenas a negros e negras, mas também a toda a sociedade.
É oportuno lembrar que o Estado Brasileiro comprometeu-se a empregar os esforços necessários para reduzir o abismo social causado pela discriminação racial histórica no país, em cumprimento aos tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil é signatário e que incluem ações afirmativas como instrumento de ação legítima contra a chaga do racismo. Precisamos descobrir caminhos para colocar em prática um projeto modernizador e democrático para o Brasil que inclua brancos, negros e miscigenados. Enquanto isso não ocorrer, somos racistas, sim e o 20 de novembro está aí para nos lembrar disso.
A Diretoria
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